O Livro dos Espíritos foi o primeiro livro na codificação da Doutrina Espírita feita por Allan Kardec. Com base nele, é possível ter uma explicação da criação do Universo sobre o prisma do Espiritismo.
O significado de Universo, no livro, é colocado dessa forma:
“O Universo compreende a infinidade dos mundos que vemos e aqueles que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluídos que o enchem”.
O Universo é uma obra de Deus e não é eterno, como Deus é. Ser eterno significa que não teve começo nem terá fim. Já o Universo físico é infinito.
No entanto, na pergunta “Como Deus criou o Universo?”, a resposta é que foi pela vontade de Deus. O tema ainda é nebuloso para os espíritas.
No livro A Gênese, também codificado por Allan Kardec, é possível entender com mais clareza a formação do Universo e as leis e forças que o regem.
Em “A Gênese”, Kardec descreve como funciona as leis e as forças do Universo. Existe um fluído etéreo que enche o espaço e preenche todos os corpos. É chamado de éter ou matéria cósmica, que é geradora dos mundos e dos seres. É por causa do éter que as forças e as leis do Universo são imutáveis.
São forças múltiplas, localizadas segundo as massas. Diversificadas em seus modos de ação, de acordo com circunstancias e meios. Algumas são conhecidas na Terra, como por exemplo:
Todos esses fenômenos têm como raiz a matéria cósmica. Ainda há os movimentos de som, calor e luz que também se compõem dessa matéria.
Em outros mundos além da Terra, as mesmas forças existem também.
Como é apenas o éter a substância suprema criadora dos mundos e dos seres, ela também pode ser diversificada em suas combinações, dependendo todas das mesmas leis universais, diferenciadas em seus efeitos, mas com leis designadas por Deus na Criação.
Os vários mundos que perpetuam o Universo têm a mesma unidade de harmonia e de criação, e essa matéria também tem uma variedade de fins específicos. Ou seja, existem outros tipos de forças que são desconhecidas dos seres humanos, mas que existem no Universo e mesmo na Terra.
O que é o espiritismo?
Todas essas forças são eternas e universais como a Criação do Universo. Essas forças são inerentes ao fluído cósmico e atuam em tudo e em toda parte, como coloca Allan Kardec, “governando os maravilhosos trabalhos da Natureza, onde quer que eles se executem, assegurando para sempre o eterno esplendor da Criação”.
A matéria cósmica que rege as leis das forças que agem no Universo, também é a utilizada para a criação dos elementos materiais, fluídicos e vitais de os mundos. Ela compõe todas as criaturas:
Como a Criação do Universo foi vontade de Deus, é possível constatar que Ele nunca deixou ou deixará de criar.
Em um ponto do Universo, a matéria cósmica se condensou em forma de uma imensa nebulosa, animadas pelas leis universais que regem a matéria, conforme explicados anteriormente.
A lei da atração fez a imensa nebulosa assumir uma massa de matéria isolada no espaço. O movimento circular feito pela gravitação, rigorosamente igual, por ser consequência de uma lei universal, de todas as zonas moleculares em direção ao centro, modificou a esfera primitiva. De movimento em movimento, essa imensa nebulosa ganhou uma forma lenticular.
Depois, novas forças surgiram por causa desse movimento de rotação:
A força centrífuga predominou sobre a atração central, ou seja, a força que afasta as partes do centro, logo superou a força centrípeta, na proporção que a nebulosa se condensou e formou sua forma lenticular.
Dessa forma centrífuga que afastava as partes, surgiu uma nova massa, isolada da primeira, mas submetida ao seu domínio.
A primeira massa se tornou o Sol e a segunda um planeta, e os movimentos de rotação e translação entraram em ação.
O Sol tomou a forma esférica. Ele, como uma forma geradora, não deu origem a apenas um astro, mas a centenas de mundos destacados ao seu redor.
É natural colocar que muitos sóis foram criados, com mundos em movimentos de translação em volta deles e de rotação, em torno de si mesmos.
Portanto, os planetas são formados de massas da primeira matéria que é o Sol, que tomam, pelas leis do movimento, a forma de esferas, mais ou menos elípticas, conforme o grau de fluidez que conservaram. Um desses planetas é a Terra.
Antes da Terra se resfriar e se revestir em uma crosta sólida, ela também foi força geradora da Lua.
Antes que os mundos tivessem atingido um grau de resfriamento suficiente para fazer a solidificação, massas menores, como a Lua, se desprenderam de alguns mundos e, por efeito das mesmas leis que criaram os mundos, começaram movimentos de translação em torno dos planetas que os gerou.
A Terra criou a Lua, cuja massa é menor e teve um resfriamento mais rápido. A Lua não se afastou muito da Terra e ficou perpetuamente suspensa no seu firmamento.
A quantidade e o estado dos satélites de cada mundo ou planeta varia de acordo com as condições especiais que se formaram. Alguns planetas de nossa galáxia não deram origem a nenhum astro secundário como Mercúrio, Vênus e Marte, e outros, como a Terra, Júpiter e Saturno formaram um ou mais satélites.
O planeta Saturno, além de satélites e luas, apresenta o fenômeno de um anel que o cerca. Esse anel é resultado de uma separação que aconteceu no equador de Saturno, ainda nos tempos primitivos, do mesmo modo que a Lua foi criada a partir da Terra. A diferença é que o anel de Saturno se formou de moléculas homogêneas, e então continuou seu movimento de rotação no mesmo sentido e em tempo mais ou menos igual ao que anima o planeta.
É dessa forma que Kardec descreve a formação. Não apenas de nossa galáxia, mas de infinitas outras, já que o próprio Universo é infinito.
Quem criou o Universo