Porque meu filho se foi antes de mim?

Se você se sente triste, desolado e perdido, leia este artigo e entenda a visão do espiritismo sobre o falecimento.

Porque meu filho se foi antes de mim?

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No Livro dos Espíritos, capítulo III, “Retorno da Vida Corpórea À Vida Espiritual”, Allan Kardec e os Espíritos que o responderam colocam que a morte nada mais é do que voltar a ser um Espírito, retornando ao mundo dos Espíritos, que é nossa verdadeira morada.

Também é colocado que a vida do Espírito é eterna, enquanto a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, o Espírito retorna à sua verdadeira morada para uma vida eterna.

Com tais colocações é possível enxergar a morte além do véu do luto. A perda de um filho, por mais dolorosa que seja, não é uma punição. Ela foi programada antes do retorno do Espírito à vida terrena através da reencarnação e tem um propósito, mesmo que invisível aos nossos olhos.

Além disso, sobre o sofrimento da separação do corpo e da alma, é respondido que o corpo sofre mais frequentemente durante a vida que no momento da morte terrena, já que o Espírito é libertado de seu corpo e vai encontrar a verdadeira vida infinita em uma das moradas do Pai.

O que o evangelho fala sobre isso?

Já nos Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V – “Bem- Aventurados os Aflitos” é dito que a morte prematura é frequentemente uma benção, preservando os que partiram cedo das misérias da vida na Terra.

O luto deve ser tratado maneira amena. É doloroso, mas é preciso fé para suportar tal sofrimento, já que os Espíritos se reencontram no além-túmulo. Ou seja, vocês vão se reencontrar. Uma passagem que pode amenizar o luto, também encontrada no Evangelho, é:

“Mães, sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossas lembranças lhes embriagam de alegria; contudo, também vossas dores insensatas os afligem, pois denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus”.

Como espíritas, é sabido que a vida continua após a morte do corpo. E, apesar do sofrimento, é necessário lidar com a dor da perda prematura com olhos de quem sabe que vai reencontrar o filho.

Aflições, preocupações, pensamentos nocivos e preces desesperadas só desamparam o Espírito desencarnado que, depois da morte terrena, está em momento delicado e necessita de forças para se adaptar à nova realidade.

Em uma pergunta do capítulo I - “Gozos Terrestres”, No Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona:

Como as dores inconsoláveis dos sobreviventes afetam os Espíritos a que se dirigem? (aqueles que desencarnaram)

“O Espírito é sensível à lembrança e aos lamentos daqueles que amou, mas uma dor incessante e irracional o afeta penosamente, porque ele vê nessa dor excessiva uma falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao progresso e, talvez, ao reencontro”.

Portanto, sempre que a dor do luto for insuportável, lembre dos momentos de alegria junto ao seu filho, das qualidades dele, pense no reencontro futuro, já que a sua dor em desespero profundo também o afeta. Nesses momentos, faça uma oração pedindo forças e também fale, sem raiva, ódio ou qualquer sentimento negativo, com o filho que partiu.

No livro “Diretrizes Para O Êxito”, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado por Joanna de Ângelis, no capítulo 15, ‘é posto que a morte precoce de seres que amamos não é uma punição’. Significa, como colocado anteriormente, a libertação do Espírito para sua morada verdadeira, o mundo do Espíritos.

Sobre a morte

É natural, no entanto, que tanto o Espírito que partiu quanto àqueles que ficaram ainda na vida terrena, sintam saudades.  Só que os filhos que partiram estão próximos de nós. A compreensão disso ajuda a lidar com o luto e diminui as emoções aflitivas e as saudades, além de ampliar o afeto que dá a certeza do reencontro.

No livro “Revelações da Luz”, psicografado pelo médium José Raul Teixeira, pelo espírito Camilo, no capítulo 29, também é alertado sobre o excesso de sofrimento que é gerado no luto causado pela morte de alguém amado. O mais indicado é gerar sentimentos de saudades e ternura, ao invés de remorsos, raiva, desespero, revolta, frustração, amargura, dor, entre tantas outras emoções negativas que afligem os enlutados e consequentemente, os Espíritos que partiram.

Através de seus ensinamentos, o Espiritismo é uma luz nas trevas de quem perdeu um filho. Seu esclarecimento de que a vida e o reencontro continuam após a morte de quem perdeu um filho é consoladora nestes momentos.

Quando esses esclarecimentos são interiorizados diante de uma perda tão sofrida, quem ficou na vida terrena pode lidar com seus momentos mais pesarosos, por mais difíceis que sejam.

Para compreender esse tema mais a fundo, o filme “As Mães de Chico Xavier” (2011) conta a história do médium influenciando e dando conforto à vida de três mães. O filme é baseado em fatos reais vividas pelo médium brasileiro.

A vivência do Espiritismo em sua totalidade permite o entendimento do luto e potencializa a evolução espiritual do Espírito que partiu e dos que ficaram. Dessa forma, mesmo em sofrimento, a pessoa em luto é capaz de entender e aceitar a morte prematura.

Um alerta para quem está de luto é não potencializar a própria dor através do egoísmo. O Espiritismo prega o altruísmo, ou seja, é necessário aguentar a dor com serenidade, paciência e força, para que a dor seja afastada pouco a pouco, através da retomada do cotidiano.

Se for necessário, busque ajuda médica ou de um Centro Espírita para ajudar nesse momento difícil. Você não está sozinho (a) e deve ser amparado nesse momento difícil. Não negue seus sentimentos nem os reprima, porque isso só vai causar danos mais para frente.

Uma passagem do livro “Pensamentos que Ajudam”, capítulo “Claramente Vivos” de José Carlos de Lucca serve como orientação:

“Mesmo com a saudade e o leve aperto no coração, prossigamos com a nossa vida, cumprindo nossas tarefas e obrigações, pois o mais leve sinal de que perdemos o rumo da nossa existência pela falta que eles nos fazem representará para eles um fardo a mais de angústia e sofrimento”.

Ele termina: “[...] não façamos da nossa vida uma tristeza contínua”.

Como lidar com a perda de um filho - Visão Espírita

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