O amor é um sentimento intenso, belo e gracioso; porém não obstante para que seja amor é preciso que contenha respeito e equilíbrio. O Espírito é necessitado deste sentimento. Allan Kardec diz no “Livros dos Espíritos” (1857):
“A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de se sentir amado. Um dos maiores prazeres que lhe sejam concedidos sobre a Terra é o de reencontrar corações que se simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência.”.
A felicidade de encontrar o amor é um dos melhores prazeres que os Espíritos podem experienciar, pois o amor benevolente é semelhante daquele que está reservado aos Espíritos Perfeitos, onde a benevolência, felicidade e a plenitude do amor são vivenciadas em êxtase de perfeição e maturidade. Porém, nós, como Espíritos imperfeitos, ainda não estamos nesse estágio. Nosso amor é contagiado por várias imperfeições morais.
No livro “O Consolador” (1941) do Espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, é relatado com precisão a virtude que exemplifica o que é o amor puro:
“A verdadeira paciência é sempre uma exteriorização da alma que realizou muito amor em si mesma para dá-lo a outrem, na exemplificação.”
Ou seja, a paciência é uma virtude do amor. Se o Espírito praticar essa virtude continuamente, pode oferecer na relação afetiva qualidades como caridade, empatia, aceitação, humildade e doçura.
Há também no livro “Pensamento e Vida” do Espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier (2000) uma outra designação: “O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas.”.
Porém, um relacionamento pode dar errado por diversas questões que estão ligadas às expiações e provas sofridas na Terra, já que somos Espíritos imperfeitos: objetivos distintos, ciúmes, orgulho, obsessão, violências morais ou físicas; ou apenas os parceiros não sentem mais a mesma sintonia de um para com o outro. Tais expiações servem para aperfeiçoar o ser e viver as consequências de suas escolhas. O amor vivido em imperfeição é reflexo de nossos defeitos morais, como orgulho, egoísmo, raiva e ciúmes.
O rompimento de um relacionamento é uma fase para que você possa aperfeiçoar seu Espírito. Se, por vezes, os relacionamentos acabam, é necessário entender que há um melhor caminho a seguir. Pratique o perdão e abra mão dos sentimentos de vingança, possessão ou quaisquer outro que afastem você de superar o término e seguir em frente.
A misericórdia dada para que amemos e sejamos amado está em não depender do outro para que você seja feliz ou completo. O amor deve ser primeiramente por você mesmo, para que depois possa ser compartilhado com outra pessoa.
As infelicidades de perda estão presentes nesta vida para que você possa evoluir com elas. Se não for no presente momento, poderá ser em outro, até em outras vidas.
No livro “Pensamentos Que Ajudam”, de José Carlos de Lucca, no capítulo “Mudar de Dupla”, o autor coloca que:
“Do ponto de vista espiritual, estamos numa relação afetiva para aprender a amar, e isso implica ser menos egoísta, implica pensar no outro, considera-lo como alguém que, assim como eu, também tem gostos, vontades e necessidade de se sentir amado”.
Se a sua relação terminou, é provável que o amor entre vocês não era baseado no amor pregado por Cristo por uma ou ambas as partes e teve que ser encerrado. Estar em uma relação afetiva também é vivenciar experiências para evoluir.
Na fase do término, siga os conselhos abaixo para evoluir também no sofrimento e para que a fase passe com mais suavidade:
De acordo com o “Livro dos Espíritos” (1857) de Allan Kardec “(…) Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos”, ou seja, anule a ideia de que perdeu sua alma gêmea, pois isso não existe. Existem Espíritos afins que compartilham afinidades e aperfeiçoam seu vínculo através de uma relação afetiva.
Logo, a pessoa não lhe deixou, mas está seguindo outro caminho. A vida é muito mais do que encontrar sua alma afim, portanto o que está nutrindo em você mesmo?
O Criador lhe oferece amor e benevolência para que você cresça com cada experiência, evoluindo suas faculdades morais e intelectuais; o rompimento, seja de qualquer natureza, não lhe deve ser causa de guardar rancor ou para exacerbar o desespero. É hora de superar uma fase de sofrimento e seguir em frente. A vida é muito mais do que nossas relações afetivas.
As expiações sofridas nesta Terra não lhe devem ser motivos de pausas em seu progresso moral, mas sim, fortalecedoras.
Como dito anteriormente “Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos”, ou seja, não há como outra pessoa ser o motivo de toda sua vida e felicidade. Isso é a cegueira do egoísmo, colocando a felicidade que você deve conquistar como Espírito na mão de outra pessoa.
Você deve assumir as responsabilidades de que a plenitude está em você. O amor próprio é essencial para uma relação sadia.
No Livro “Pensamento e Vida” (2000), por Emmanuel e psicografado por Chico Xavier, é posto que “A mente é o espelho da vida em toda parte”. Portanto, reflita sobre suas virtudes e defeitos quando está em um relacionamento afetivo e o que busca em um parceiro(a). Aperfeiçoe seus defeitos, amplie as qualidades e faça do outro um companheiro, não a razão da sua vida toda.
É natural que cada um prossiga a vida conforme suas escolhas. Viver plenamente e em harmonia enfrentando suas próprias dificuldades são modos que farão você encontrar o Espírito que tem afinidade e será seu companheiro, um encontro já marcado antes da sua reencarnação acontecer.
As afinidades não se rompem apenas por tribulações vividas, mas são fortificadas se os envolvidos sabem tirar o maior proveito delas. Por fim, temos o ensinamento do Espírito Emmanuel no livro “Palavras de Emmanuel” (1954) psicografado por Chico Xavier:
“A grande maravilha do amor é o seu profundo e divino contágio. Por esse motivo, o Espírito encarnado, para regenerar os seus irmãos da sombra, necessita iluminar-se primeiro.”.
E continua: “Aprende a semear a luz no solo dos corações, conduzindo o arado milagroso do amor, para que as sombras da ignorância abandonem a Terra para sempre.”
Amar e ser amado. Não há amores partidos, mas caminhos que devem ser respeitados por conta das escolhas feitas. Oferecendo amor e praticando-o em si mesmo, as sombras da ignorância e os males aqui praticados pela dor e partida serão superados através da fraternidade que aos poucos, você vai alimentando em si após o término de um relacionamento. Assim, você pode seguir em frente até encontrar um novo amor.
Para finalizar, as palavras de José Carlos de Lucca no livro “Pensamentos Que Ajudam”, capítulo “Mudar de Dupla”:
“Ainda falando da nossa vida espiritual, é certo dizer que também que a maioria das uniões afetivas de hoje é a continuação de uniões de outras existências que terminaram assassinadas pela dupla indiferença/egoísmo. Sobraram mágoas, ódios e rancores. E despertamos no mundo espiritual tristes pela experiência malsucedida. Mas Deus, em seu amor infinito, nos dá oportunidade de uma existência nova, de um novo reencontro, para que enfim, a dupla indiferença/egoísmo seja substituída pela dupla consideração/amor. O esforço é somente aquele de sair de si mesmo. Mas vale a pena, por você, pelo outro, por nós, porque, nas palavras do apóstolo Paulo, sem amor, nada seríamos.”