O Espiritismo é cristão. Isso fica claro em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo I, “Não vim destruir a lei”.
É colocado que:
“A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés; a do Novo Testamento, em Cristo; o Espiritismo é a Terceira Revelação da lei de Deus, mas não está personificado em ninguém”.
Isso significa que tanto Moisés quanto Jesus vieram como antecessores para ensinar as leis de Deus para os homens. O Espiritismo veio como uma planejada terceira revelação.
Nesse sentido, Jesus veio dar sentido à lei de Deus. Naquela época, o entendimento ainda não era tão adiantado quanto atualmente, por isso Jesus usou um linguajar mais adaptado e até ensinava com parábolas.
Além disso, Jesus Cristo para o Espiritismo é o governador da Terra, seu verdadeiro criador com material cedido por Deus e o exemplo máximo de moral e inteligência que todos os seres humanos devem seguir.
A Doutrina Espírita se baseia nos ensinamentos de Jesus Cristo inteiramente.
Jesus Cristo veio para Terra cumprir as profecias que anunciavam sua chegada. A autoridade dele vem de sua experiência. Jesus Cristo é considerado um Espírito Puro.
Um Espírito Puro é o mais alto grau de evolução para um Espírito. Jesus começou como todos os Espíritos, simples e ignorante. Mas já teve sua jornada de evolução cumprida. Dessa forma, como Espírito Puro, ele tem as seguintes características:
Quais são os maiores ensinamentos de Jesus Cristo segundo o Espiritismo?
Ainda com base no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, cada capítulo começa com um trecho da Bíblia, geralmente uma parábola de Cristo, para colocar a luz da Doutrina Espírita sobre aquele ensinamento de Jesus.
Por isso, é possível esclarecer os maiores ensinamentos de Cristo diante do Espiritismo.
O orgulho do ser humano é um dos maiores obstáculos para sua própria evolução. A lição é ir diminuindo pouco a pouco o orgulho para dar lugar à humildade.
Ser um verdadeiro cristão envolve tal transformação. E Jesus Cristo foi um exemplo de humildade em todas as suas palavras e práticas. Ele ensinou que o Reino dos Céus pertence às pessoas simples.
Isso significa a humildade de espírito e a simplicidade de coração. Ou seja, quem não tem orgulho de suas aptidões e suas posses. Quem é humilde tem mais qualidade moral do que os ricos de coisas materiais. Por isso, Jesus ensinou a destruir o orgulho, mesmo que seja um pouco de cada vez.
Além disso, mais importante, o ensinamento é que a humildade é um ato de submissão a Deus, enquanto o orgulho mostra revolta contra Ele. E Jesus, sendo mensageiro do Pai, quer apenas que suas leis sejam cumpridas e as pessoas tenham fé, confiança e amor com relação a Deus, não revolta.
Através da reencarnação, é possível entender que nossa dor atual talvez tenha raízes em vidas passadas. Além disso, Deus não dá um fardo maior do que o ser humano é capaz de aguentar.
Por isso Jesus propõe a prática da paciência. É dito que a paciência também é uma forma de caridade, já que praticando a paciência, também é praticado o perdão para com aquelas pessoas que sempre nos atingem de alguma forma. Ou seja, ser paciente com esses pequenos conflitos traz o perdão. Isso é uma forma de caridade pura.
A paciência resume bastante nossa jornada em busca da evolução, já que é preciso expiar erros do passado e plantar boas sementes para colher no futuro e isso não deve ser feito com pressa. Mesmo nossa transformação interna é vagarosa e Deus sabe disso.
O sentimento de amor resume todos os ensinamentos de Cristo e é também a base para a Doutrina Espírita. Então não é surpresa nenhuma o ensinamento de amar ao próximo como a si mesmo. Amar as pessoas com quem temos afinidade é fácil, mesmo com conflitos. O amor que Jesus propõe é um amor universal, que envolve todos os nossos irmãos da Terra. Não é um amor que surge do dia para a noite. Por isso Deus nos abençoou com a possibilidade da reencarnação, para conseguir, como Jesus Cristo, amar a todos igualmente. Parece impossível, mas Deus não espera que isso aconteça de uma vez.
Quando o Espírito ainda é mais ligado aos instintos primitivos do que à moral elevada, é possível conseguir o progresso de passo em passo. Nosso dever aqui na Terra é plantar boas sementes para a colheita do futuro. E a lei do amor é a lei máxima.
Infelizmente, junto com o orgulho, o egoísmo ainda é um mal que os seres humanos carregam. Jesus deu o exemplo da caridade, não do egoísmo. O egoísmo atrasa nossa evolução moral. É necessária coragem para combatê-lo aos poucos.
Sendo egoísta uma pessoa não pode ser caridosa. E a caridade é um dos pilares para salvação segundo Jesus Cristo. O egoísmo e o orgulho andam juntos. Se no lugar deles houvesse apenas humildade e caridade, a Terra não teria espaço para o mal.
Por isso é ensinado para tirar as raízes do egoísmo de dentro de si, mesmo que seja devagar.
Na Doutrina Espírita se faz a distinção da caridade material e a caridade moral. A caridade material é aquela doação em dinheiro ou bens materiais. Já a caridade moral é mais rica porque envolve vários sentimentos bons com relação a outras pessoas. A caridade moral é a única que importa no mundo espiritual.
Estamos na Terra, um lugar em que a característica material importa muito. Não é que a caridade material não deva ser oferecida nem tem seu valor. A caridade material também é valiosa.
No entanto, praticar a caridade moral ajuda na evolução do Espírito. Praticar a caridade moral é exercer a lei do amor em sua plenitude. As virtudes que demonstram um Espírito evoluído são a caridade e a humildade, que são contrárias ao orgulho e ao egoísmo. Esse é o caminho da eterna felicidade. É amar ao próximo como a si mesmo, só fazer aos outros o que deseja para si, perdoar as ofensas, fazer o bem sem ostentação e julgar a si mesmo antes de julgar os outros.