De acordo com o livro “Pensamentos Que Ajudam” de José Carlos de Lucca, é possível que você esteja com medo: medo de viver, de que algo ruim aconteça, de que seus sonhos desmoronem.
No entanto, a paz de espírito não é a ausência de luta. Não é se acovardar perante os obstáculos e contrariedades. Paz não é se isolar das pessoas com medo de ser ferido. A paz não é ficar acomodado. Para o autor, a paz é uma virtude que você constrói dentro de si, mesmo quando o céu está nublado.
Entenda quais são as principais causas do sofrimento
A paz interna é conquistada quando você aprende a neutralizar ou minimizar os desgastes surgidos dos inevitáveis conflitos, contrariedades, decepções e frustações. É um esforço diário para mudar o modo que você pensa, sente e age no cotidiano.
José Carlos de Lucca também ensina que todos os pensamentos e sentimentos que você alimentar vão crescer em sua vida, sejam positivos ou negativos. O medo é um deles.
Quando algo ruim acontece, é natural que você se sinta desconfortável, no entanto, ruminar emoções e pensamentos negativos que o episódio trouxe só agravará o seu mal-estar, gerando consequências como discussões, violências, acidentes e doenças. Por isso, é necessário mudar a frequência de seus pensamentos e sentimentos, afim de plantar situações positivas na vida, além de se transformar por dentro.
“O pensamento é força criadora”, cita o autor. Seus pensamentos habituais definem suas emoções que por consequência, definem a forma como você age. Isso gera energias que retornarão para você, positivas ou negativas.
A arte de ouvir...
O autor dá um exemplo:
“[...] se você tem um pensamento contínuo de que é incapaz, isso mudará seu estado emocional e, então, irá se sentir abatido, fracassado, sem ânimo para persistir naquilo em que você se julga incompetente. Esse sentimento também se projetará para o próprio corpo, que se mostrará prostrado e sem forças para que você realize suas ocupações habituais”.
Faça um teste. Desafie um desses pensamentos negativos que abalam você. Para isso é necessário praticar o autoconhecimento, para entender quais pensamentos estão abalando você, criando um ciclo vicioso.
Depois de identificar alguns desses pensamentos, tente modifica-los. Ou, ao menos, modifique sua atitude perante eles. Se o pensamento é de que você é incapaz, procure ajuda de alguém para ensinar você ou para até mesmo dar bons conselhos. Isso vai girar uma chave em sua mente de que é você é capaz, seu pensamento é que estava negativo.
A lição espiritual sobre os pensamentos nocivos é de que são criações mentais destrutivas que se repetem e viram hábitos. O psiquiatra Dr. David D. Burns fez uma lista com alguns desses pensamentos, no livro “Antidepressão, a Revolucionária Terapia do Bem-Estar”:
Tais pensamentos autodestrutivos são frutos de distorções em sua mente. Funciona assim: primeiro, você faz uma interpretação negativa de uma determinada ocorrência. Depois, generaliza esse pensamento negativo, de uma experiência que aconteceu só uma vez, para todas as posteriores e parecidas na sua vida. Um exemplo é se sair mal em uma entrevista de emprego por alguma razão e depois se achar inadequado em todas as outras entrevistas de emprego.
É hora de analisar esse pensamento, muda-lo e aceitar que aconteceu apenas uma vez, você vai aprender com a experiência e seguir em frente, até conquistar seu emprego.
Se você pensar que foi mal porque estava nervoso na entrevista, ou porque o entrevistador parecia com pressa; estudar uma maneira de melhorar seu comportamento e até pedir conselhos para outras pessoas na área, você vai se sentir mais confiante e até sua postura nas próximas entrevistas vai mudar.
Portanto, acabe agora com o medo, a preocupação, a angústia, a culpa, o remorso, a autocobrança e tudo que detém você de transformar seus pensamentos autodestrutivos.
Ainda de acordo com José Carlos de Lucca, “Todos nós passamos por três espécies de situações na vida: as boas, as ruins e as que não podem ser modificadas”.
As situações boas devem ser desfrutadas. A tarefa não é fácil, pois nem sempre você se dá conta de que está passando por um momento bom. São as pequenas felicidades que se transformam em momentos de paz interior.
Já as situações ruins devem ser transformadas. Nos problemas que surgirem, que você continue caminhando, afinal, todos sofrem na Terra. E, um dia, o sofrimento passa. Não é necessário querer afastar os sentimentos negativos de uma vez, já que somos seres humanos.
O autor faz um alerta: “A tristeza se torna patológica e, por isso, deve ser tratada, quando ela, de simples visitante, passa a morar conosco indefinidamente, ensombrando os nossos dias. Estar sempre triste e ver tristeza em tudo também é um perigo, pois faz nossa alma descer aos porões da depressão”.
Portanto, se não apenas a tristeza, mas sentimentos e pensamentos negativos estiverem atrapalhando sua vida, impedindo você de viver, procure ajuda médica e um Centro Espírita de sua confiança.
É preciso viver com os desânimos passageiros, porque fazem parte de ser humano e da nossa jornada.
Quando a situação não puder ser transformada, o autor aconselha você a se transformar interiormente. Um exemplo é ao lidar com uma pessoa que você considera difícil o convício. Não é possível mudar a pessoa, mas é possível mudar a maneira como você lida com ela. Nas situações que não podem ser mudadas, é que Deus está tentando mudar você.
Por fim, o autor ressalta que todos os sentimentos e pensamentos negativos que você carrega por muito tempo, terão consequências em seu corpo físico. “Toda a bioquímica do corpo é influenciada decisivamente pelo conjunto de nossas emoções”.
“[....] sentimentos de perda, raiva e frustação emergiram das mais diversas situações conflituosas, deixam suas marcas no corpo e na alma. Isso acarreta um enfraquecimento da nossa força vital, possibilitando o surgimento de doenças [....]”.
Então, nunca é cedo demais para encontrar a paz interior mesmo com as tribulações de nosso cotidiano, mudar nossos pensamentos autodestrutivos e aceitar todas as situações da vida como elas são.