Precisamos iniciar já com o pensamento bem claro e objetivo na Bíblia, Deus é Onisciente, Onipotente, e Onipresente, ou seja, sabe de tudo, a tudo ele é capaz de realizar e está em todos os lugares, além disso Deus é justo e bom, então partindo desse ponto, Deus sendo justo não pode permitir que nenhuma injustiça aconteça, porem, olhando pontualmente em apenas uma vida como poderíamos explicar as injustiças sociais, étnicas e até mesmo de capacidade física e intelectual? Pensando que a vida acaba com a morte, isso não faria sentido algum e a própria existência de Deus poderia ser questionada, mas então observando a vida eterna e continua como previsto em toda Bíblia, podemos entender que essa existência não é fim e sim um passo no nosso próprio processo de evolução a caminho de nos tornarmos a imagem e semelhança de Deus nosso Pai, e assim as dificuldades da vida podem ser vistas como lições e as provas como os testes de nossa evolução.
No Livro dos Espíritos, Deus é descrito como “soberanamente justo e bom”. Já a justiça está definida como: “consiste em cada um respeitar os direitos dos demais”.
A justiça divina age de acordo com o direito de todos os seres humanos, através do livre-arbítrio. Mas, ao cometer uma falta que vai contra os desígnios de Deus, também terá a expiação como forma de aprendizado.
A justiça divina é a única infalível e perfeita, já que se baseia nos erros dos seres humanos, mesmo aqueles que ele não sabe que cometeu, e dá a oportunidade através da reencarnação de repará-los.
O primeiro indício de que Deus é bom e justo, é a forma como são criados os Espíritos. Todos foram criados por Deus da mesma forma, primitivos. Os que já são Espíritos Puros passaram por todas as etapas evolutivas. Os habitantes da Terra ainda estão em provas e expiações, mas também alcançarão a plenitude da evolução, sem tempo previsto, de acordo com seus próprios méritos.
Por isso, Deus fez leis imutáveis, como a lei de causa e efeito ou lei de ação e reação.
Deus, sendo a inteligência suprema do Universo, fez a lei da justiça divina para que cada falha seja expiada, não importa quanto tempo depois de cometida.
Algo importante a ser levantado é que essas expiações não são punições ou infringidas por Deus. São efeitos involuntários e obrigatórios que o Espírito traz consigo por consequência de escolhas errôneas através do livre-arbítrio.
Deus, como nosso Pai, oferece a todos os Espíritos a equidade, não tendo preferências por uns nem por outros. Deus dá a oportunidade, através de milhares de reencarnações, aos filhos que cometeram faltas em vidas passadas, de expiá-las.
A Doutrina Espírita esclarece através do conceito de reencarnação a justiça divina. A doutrina de reencarnação é consoladora. Nada do que o ser humano aprendeu é perdido e em todas as reencarnações o Espírito aprende alguma coisa, ele nunca regride.
As diversas vidas terrenas são necessárias para que os Espíritos possam realizar, com a ajuda de uma ação material, os desígnios divinos que Deus os confiou.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, há uma passagem que diz que Deus “concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação”. Ou seja, nossa ideia de meritocracia humana é falha na justiça divina.
Se um Espírito já nascesse Superior e outros Inferiores, não haveria justiça, pois seria uma preferência de Deus, que ama os Seus filhos da mesma maneira.
Os Espíritos que vivem suas encarnações de conforme as leis divinas, que Jesus Cristo nos ensinou, percorrem rapidamente a ascensão para sua evolução.
No entanto, aqueles Espíritos que fazem mal uso de sua liberdade, retardam sua evolução, mas Deus lhes concede um tempo infinito para reencarnarem e evoluírem.
Portanto, o Espiritismo não tem o dogma de “pecado e castigo”, mas de leis divinas, ensinadas através de Jesus, que devem ser seguidas. E a possibilidade de várias encarnações ao longo de tempo infinito para ascender como um Espírito Puro. Os Espíritos só expiam, passam por provas e missões de acordo com sua vontade, seus limites e suas próprias faltas.
O Espírito deve passar por muitas reencarnações, tanto na Terra quanto em outros mundos superiores ou inferiores, para que o progresso espiritual ocorra através da reencarnação. A uns como expiação e provas, e, outros, como missão.
A diferença entre os três tipos de reencarnação são:
A reforma íntima, tão conhecida entre os espíritas, é a melhor maneira de seguir a jornada da encarnação de acordo com a justiça divina.
Deus, sendo soberanamente justo, sabe que é impossível concluir todo o aprendizado em uma reencarnação única, por isso nos concedeu milhares de reencarnações. Desde os mundos primitivos, até a Terra, mundo de provas e expiações, para alcançarmos mundos mais altos.
A reforma íntima é um processo contínuo de autoconhecimento, para progredir sempre através dos ensinamentos do Espiritismo, que são os ensinamentos de Cristo.
A reforma íntima é constante e de longo prazo, já que ninguém dorme orgulhoso e acorda no dia seguinte sendo humilde. Isso é um exercício diário, com as situações do cotidiano.
O que é necessário mudar com a Reforma Íntima?
Para começar a Reforma Íntima, é necessário um exercício profundo de autoconhecimento. É duro enfrentar os defeitos, mas é mais libertador quando você os aceita. Não é preciso mudá-los do dia para a noite. Deus, como é justo, sabe que cada um tem um jeito e um período para a mudança.
Alguns dos defeitos a serem modificados são:
• Impaciência;
• Orgulho;
• Avareza;
• Ciúmes;
• Ódio;
• Egoísmo;
• Vingança;
• Entre outros.
Depois de fazer uma autorreflexão e perceber quais erros você comete, você pode trabalhar hábitos, pensamentos e sentimentos de uma maneira mais ampla. Em situações do cotidiano, nas tribulações, nas adversidades, nos ambientes que você frequenta e nas relações que tem com as pessoas.
Não se cobre demais ou alimente sentimentos como culpa, vitimismo, remorso, mágoas, frustações. Quanto mais você alimenta esses sentimentos e pensamentos, mais afastado você fica de evoluir. A Doutrina Espírita é baseada no amor, principalmente por Deus e por si mesmo. Cuidar de si e progredir é uma tarefa que você não pode delegar a ninguém nem ignorar, já que você precisa estar bem para vivenciar as experiências de modo saudável.
Dessa forma, é possível vivenciar a justiça divina plenamente para o bem, consciente de que está fazendo o possível para progredir sempre.
Deus é Justo?