N’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec coloca que através da calma e resignação na maneira de encarar a vida terrena, além da fé no futuro, já que o Espírito é imortal, é o melhor preservativo contra o suicídio.
O adoentado que pensa em suicídio não tem a visão de que a vida continua após a morte. Ele acha que vai abreviar seu sofrimento com o ato.
As ideias materialistas, principalmente a de que a única vida que temos é a atual e o descontentamento com ela é a causa da maioria dos suicídios.
É necessário, da parte do adoentado, paciência e resignação, que afastam a ideia de suicídio. Infelizmente, as consequências de abreviar a vida pelas próprias mãos só prolonga o sofrimento do suicida.
O homem não tem o direito de tirar sua própria vida, apenas Deus pode ser responsável por isso. A reencarnação é um presente para expiar erros passados e passar por provas para mostrar que realmente ocorreu uma transformação moral dentro de nós. O suicídio acaba com essa oportunidade e traz consequências no plano espiritual e também em vidas posteriores.
“O suicida é semelhante ao prisioneiro que escapa da prisão antes do término da pena, e que ao ser novamente capturado, é mantido mais severamente”, adverte Allan Kardec no livro já citado acima.
Mas, para os suicidas também há a misericórdia divina. As provas e expiações deles continuam, para que progridam em sua evolução, já que Deus perdoa todos os nossos erros e dá variadas oportunidades para melhorar.
O suicídio consumado é um dos piores sofrimentos na vida espiritual. O Espírito continua vivo, mas perdido, atormentado, incapacitado e anestesiado de prosseguir com sua trajetória pessoal.
No Livro dos Espíritos, eles respondem à Allan Kardec sobre o direito de uma pessoa de tirar sua própria vida:
“Não, somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão da Lei Divina”.
No mesmo livro Allan Kardec pergunta quais são as consequências de um suicídio consumado. A resposta foi: “As consequências do suicídio são muito diversas. Não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência à qual o suicida não pode escapar: o desapontamento. Ademais, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou em sua pesquisa sobre Suicídio que a cada 40 segundos, uma pessoa tira sua própria vida. No Brasil, em 2020, o suicídio era a 3º causa de morte dos jovens entre 15 e 29 anos. Isso é um número significante.
Segundo o médium Chico Xavier, uma conduta cristã para ajudar alguém que está pensando em suicídio deve ser feita sem julgamentos ou opiniões, já que apenas a pessoa adoentada conhece a própria dor.
Para ajudar um Espírito que pensa em suicídio é preciso praticar a caridade moral. Ela consiste em amar o próximo como a si mesmo. É baseada na lei do amor, que não espera nada em troca nem julga. A caridade moral é humilde e não precisa ser mostrada. Através dela, é possível ajudar uma pessoa com ideações suicidas.
Você pode ajudar alguém que está pensando em suicídio de várias maneiras:
Nossa evolução moral e intelectual é individual, mas está em conjunto com outros que irão auxiliar nesse processo. Não transformar o suicídio em um tabu ou fazer condenação com a pessoa adoentada já é um início para que ele não coloque o plano em prática.
Na grande maioria dos casos, sim. Falar sobre o suicídio é deixar a pessoa sofredora expor seus sentimentos. Garantir que ela veja que não será julgada ou punida por ter tal pensamento é essencial para que ela melhore e aceite ajuda.
Negligenciar um tratamento, independente da natureza, é negligenciar sua evolução espiritual e física no plano terrestre. O cuidado da mente deve ser levado a sério como uma doença que precisa ser tratada.
Entender que somos todos Espíritos imperfeitos nos faz não julgar a pessoa com ideações suicidas e compreender a dor dela através da caridade moral.
A primeira coisa que acontece quando o suicida comete o ato e infelizmente desencarna, é um choque por perceber que ainda está vivo. Ele desperdiçou a chance de avançar na jornada evolutiva como encarnado e agravou potencialmente as consequências de expiação pelo seu ato.
Nós somos, na família e nos papéis que desempenhamos na sociedade, responsáveis pela sobrevivência e manutenção da vida de todos que convivem conosco, através do amor e do respeito. Por isso, devemos tomar partido e ajudar uma pessoa adoentada que está pensando em suicídio.
O suicídio intencional é aquele que parte de um ato consciente. É feito o planejamento da morte, às vezes com detalhes. Já o suicídio indireto é aquele que resulta de hábitos e comportamentos viciosos que ferem a saúde física e/ou psíquica.
A pauta em questão é o suicídio intencional. É possível e necessário que haja uma intervenção quando alguém está pensando em suicídio, mas seguindo os ensinamentos de amor para com o próximo de Cristo. A pessoa adoentada já está com pensamentos e emoções negativas. Portanto, estenda sua mão para ela livre de julgamentos, apontamentos, conselhos desnecessários e superficiais.