A reforma íntima tem por iniciativa abandonar os costumes velhos e desagradáveis que não estão de acordo com o Evangelho e a comunhão propícia com os seres e o mundo Divino.

Tem também por objetivo retirar as imperfeições, portanto é um conhecer a si mesmo continuamente afim de melhorar cada vez mais espiritualmente e moralmente.

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O que é a reforma íntima?

A reforma íntima pode ser realizada a todo momento, já que buscar o autoconhecimento sempre é uma escolha, independente do tempo. Nunca é tarde para começar. O principal local onde deve ser feita a reforma íntima é dentro de si mesmo.

No “Livro dos Espíritos”, capítulo XII – “Perfeição Moral”, Allan Kardec indaga um dos Espíritos “Qual é o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal?”. Na resposta diante desta pergunta, quem respondeu foi Santo Agostinho da seguinte forma: “O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual”.

Outra questão levantada por Allan Kardec é: “Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, porém, a dificuldade está precisamente em conhecer a si mesmo, qual é o meio de a conseguir?”

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Santo Agostinho respondeu: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, e se ninguém teria motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma”.

Ou seja, é através da autoanálise que é buscado conhecer nossas faltas. A maior arte é conhecer a si mesmo e evoluir diante das imperfeições e faltas encontradas em seu ser.

Como fazer a reforma íntima?

Medite e conscientize-se sobre as boas e más atitudes, aflore a autoanálise afim de compreender seus males. Não há lugar específico sobre onde deve fazer a reforma íntima, somente estar consciente disso já basta para que você comece.

Ore para que consiga discernimento, busque um lugar silencioso para evitar interrupções. Não faça de forma desprovida de calma, mas faça cotidianamente e continuamente.

O cotidiano está recheado de imperfeições às quais não devem ser ignoradas, mas pensadas calmamente para visualizar com precisão as faltas que você cometeu contra as virtudes e o Evangelho.

Atente-se aos próprios defeitos que evitam seu progresso moral, como:

• Orgulho;
• Vaidade;
• Soberba;
• Impaciência;
• Vingança.

Tudo que afeta seu progresso moral deve ser revisto na reforma íntima para descobrir sua origem e como melhorar cada um desses defeitos, buscando a própria evolução.

Os sentimentos acima citados são frutos do homem inferior que não busca melhorias ou evolução, mas age conforme seus impulsos diante das situações terrenas. Portanto, ao conhecer seus limites e descobrir o que os desencadeia, ao visualizar o homem animal sendo mais recorrente que a sua própria evolução espiritual, procure equilibrar-se afim de avançar espiritualmente.

Praticar o perdão de si próprio diante de suas fragilidades e perdoar àqueles que lhe fizeram mal é o início de uma caminhada que trará amabilidade e paz para o ser. O não reconhecimento de sua humanidade e misérias permite que o orgulho faça parte do cotidiano e o impeça de enxergar corretamente as obras divinas para os quais você foi designado.

A reforma íntima precisa ser responsável e manter a integridade do ser à luz do Evangelho.  Nutrifique através da prática:

• Paciência;
• Humildade;
• Mansidão;
• Tolerância;
• Misericórdia.

As práticas benevolentes requerem constante vigilância para que não se torne um “costume” capaz de tornar-se um defeito que trará orgulho e arrogância. Um método que auxiliará na autoanalise é estabelecer metas do que pretende alcançar e, com a graça divina e esforço, conseguir eliminar aos poucos suas imperfeições.

Santo Agostinho diz no “Livro dos Espíritos” para Allan Kardec que “Aquele que, todas as noites, lembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá”.

Desta forma mostra-se o quão interessado está em alcançar as boas práticas e não será desamparado diante das tentativas. Reze continuamente e vigie suas ações, pensamentos, intenções e sentimentos.

A reforma íntima não é feita do dia para noite, portanto não espere que ocorra mudanças bruscas em pouco tempo, mas aperfeiçoe as virtudes que transformação também a energia à sua volta, portanto, as pessoas que conhece e as situações que você passa também mudarão para melhor.

Sobre os vícios

Estabeleça os vícios que poderão ser superados em alguns meses. Não pegue todos os seus vícios de uma vez, sejam os físicos como o fumo, o álcool, o jogo, a gula e os abusos sexuais; ou os morais já colocados anteriormente.

Faça uma coisa por vez para que ao aniquilar um vício devidamente não haja meios dele retornar à sua vida. Por exemplo, o uso do cigarro. Estabeleça cortar a quantidade deles por até tantos meses e vá diminuindo conforme o tempo, até o prazo que você estabeleceu para parar de vez.

A misericórdia infinita e a benevolência do Criador, permite que você erre e que busque cada vez mais sua perfeição, quantas vezes forem necessárias. A esperança dos seres está na reforma moral, física e intelectual.

Ao não praticar a reforma íntima, as doenças espirituais atrapalharão sua rotina e, com a raiva desenfreada, o corpo físico padecerá diante da exposição frequente ao que está submetendo-se. Aliás, todos os vícios acarretam algum tipo de consequência ao corpo físico, pois são transgressões cometidas contra o corpo que Deus emprestou.

Portanto, fazer a reforma íntima é essencial para a moral e o intelecto do espírito e do corpo físico; para que compreendendo-se diante de cada dia você possa evoluir e ser amparado por Deus, que vê seu esforço para melhorar e evoluir cada vez mais.

Não é necessária auto cobrança. Se não conseguiu da primeira vez, tente outra. Deus é misericordioso e entende que cada pessoa tem seu tempo.