O livro “Nosso Lar” foi lançado em 1944. Ele foi ditado pelo Espírito André Luiz e psicografado pelo médium Chico Xavier.
O livro conta a história do próprio médico André Luiz nos primeiros anos no plano espiritual. Depois de alguns anos no Umbral, André Luiz é acolhido em uma colônia espiritual chamada Nosso Lar.
Alguns trechos do livro são mais importantes e trazem lições que servem de exemplificação da Doutrina Espírita.
O processo da evolução é inevitável. Todavia, a agressão, pela violência, contra as conquistas que devem ser alteradas, gera danos mais graves do que aqueles que se buscam corrigir.
Um Espírito nunca regride na evolução espiritual. Mesmo que em uma vida ele tenha aprendido um pouco apenas, ele ainda aprendeu. E ele nunca vai desaprender. O que André Luiz propõe nesse trecho é que a evolução é inevitável mesmo que um Espírito demore mais que outros. É uma das leis imutáveis de Deus. No entanto, escolher evoluir e se transformar moral e intelectualmente faz nosso progresso ocorrer mais rápido do que um Espírito que prefere viver pelos seus instintos primitivos e defeitos morais. Ou seja, escolher mudar e estudar a Doutrina Espírita para entender quais são os passos que você deve dar para sua transformação traz mais progresso do que se acomodar na má índole.
Infeliz, sim; mas, suicida? - nunca! Essas encrespações, a meu ver, não eram procedentes. Eu havia deixado o corpo físico a contragosto.
Ainda no Umbral, André Luiz foi chamado de suicida inúmeras vezes, mesmo tendo desencarnado por uma doença. No entanto, ele aprendeu depois que é considerado um suicida inconsciente. Isso quer dizer que ele levava um estilo de vida que ocasionou a redução das suas forças físicas e vitais. Por isso, o corpo morreu sem ele ter cumprido com êxito sua reencarnação. Algumas formas de suicídio inconsciente são:
Ou seja, o indivíduo está cometendo um suicídio inconsciente ao matar aos poucos seu corpo.
Ah! É preciso haver sofrido muito, para entender todas as misteriosas belezas da oração; é necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança.
Nesse momento, ainda no Umbral, André Luiz chama nossa atenção para a importância da oração com humildade e abnegação. Através da prece com remorso por tudo que fez na Terra, ele conseguiu a ajuda para ir para a colônia espiritual Nosso Lar.
A prece realizada com fé e arrependimento é o caminho certo para encontrar Deus. Ela é muito importante para a Doutrina Espirita e Jesus Cristo. A verdadeira prece é espontânea e tem origem no coração. Deus ouve todas as preces, porque Ele é misericordioso. A prece deve ser também entendível, mesmo que seja realizada em linguagem informal. Ela precisa ser clara, simples e direta, sem muitos preâmbulos.
“Nosso Lar” não é estância de espíritos propriamente vitoriosos, se conferirmos ao termo sua razoável acepção. Somos felizes, porque temos trabalho; e a alegria habita cada recanto da colônia, porque o Senhor não nos retirou o pão abençoado do serviço.
A morte do corpo não conduz o homem a situações miraculosas, dizia. Todo processo evolutivo implica gradação.
Há regiões múltiplas para os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas de carne terrestre. Almas e sentimentos, formas e coisas, obedecem a princípios de desenvolvimento natural e hierarquia justa.
Apesar de sua grandeza, a colônia espiritual Nosso Lar não é um lar de Espíritos Superiores. Lá habitam Espíritos socorristas, que vão de encontro aos Espíritos errantes que pedem ajuda no Umbral e também Espíritos que se preparam para reencarnar novamente. Também existem Espíritos trabalhando e estudando para irem para esferas mais altas. Isso mostra que existem diferentes graus de colônias espirituais e diferentes tipos também.
No Livros dos Espíritos é ensinado que existem colônias espirituais diversas em que os Espíritos ficam enquanto não reencarnam novamente.
Existem colônias espirituais colonizadas e criadas por Espíritos de má índole também, com interesses materiais e próximos da crosta terrestre. Por isso, Nosso Lar é apenas uma colônia dentre incontáveis que existem.
A colônia espiritual Nosso Lar foi fundada por portugueses que desencarnaram no Brasil. A própria mãe de André Luiz habita esferas mais elevadas.
O lar terrestre é que, de há muito, se esforça por copiar nosso instituto doméstico; mas os cônjuges por lá, com raras exceções, estão ainda a moldar o terreno dos sentimentos, invadido pelas ervas amargosas da vaidade pessoal e povoado de monstros do ciúme e do egoísmo.
Esse trecho foi retirado de uma conversa de André Luiz com uma mulher. A lição para ser compreendida é que a vaidade, o ciúme e o egoísmo ainda são defeitos morais encontrados no casamento ou na vida a dois. O casamento é um progresso na marcha humana de evolução. No entanto, o divórcio não é um erro segundo a Doutrina Espírita.
A recomendação, dentro de uma união, é a prática da lei do amor. No entanto, o mais comum é buscar a satisfação do orgulho, da vaidade e da cupidez em um casamento.
Por isso tantas uniões terminam com agressividade. Ou seja, para uma união feliz ainda são necessários o progresso moral e a aplicação da lei do amor em sua forma mais ampla.
Mas a esfera do globo nos esperava. Se o presente estava cheio de alegria, o passado chamava a contas, para que o futuro se harmonizasse com a lei eterna.
Tal passagem é certamente dedicada à necessidade da reencarnação. A Terra é um planeta de provas e expiações. Isso significa que ao reencarnar você vai expiar erros do passado para aprender a não os cometer novamente.
Também existem as provas que são uma espécie de comprovação de que você realmente se aprimorou moralmente e aprendeu a lição. Por isso, Deus dá a oportunidade de incontáveis encarnações ao longo da vida eterna do Espírito. Só assim é possível aprender tudo para sua elevação moral e intelectual.