No Evangelho o Segundo o Espiritismo, capítulo III – “Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai”, é dito que a Casa do Pai é o Universo e a Terra é nossa morada atual. A Terra é um planeta de provas e expiações. Há mundos inferiores à Terra e mundos superiores, todos com adiantamento ou inferioridade física e moral.
Os Espíritos que passam reencarnações em um mundo não estão ligados a ele para infinidade de suas vidas. Quando os Espíritos atingem certo grau de evolução necessário, passam para um mundo mais avançado.
De acordo com o nível de evolução de cada Espírito, ele habita uma morada para evoluir mais. Cada mundo tem um grau evolutivo, dependendo de seus habitantes. Há cinco classificações para esses mundos. Essa classificação não é absoluta, mas é baseada em razão do estado de cada mundo e seu destino.
Todos os Espíritos começam seu estágio evolutivo do mesmo modo e evoluem de acordo com seu próprio mérito.
São destinados às primeiras encarnações da alma humana. No caso da Terra, como ainda é um mundo de provas e expiações, é possível encontrar maldade, misérias e enfermidades de todos os tipos. Por comparação, é possível ter uma ideia dos mundos inferiores à Terra, os mundos primitivos. Neles estão seres rudimentares, que possuem forma humana, mas nenhuma beleza. Nesses seres, os instintos não estão abrandados por nenhum sentimento de benevolência, nem pela noção do justo ou injusto. Apenas força bruta é a lei. Sem a evolução da tecnologia e o amparo dos avanços da civilidade, os habitantes dedicam suas vidas à conquista de alimentos.
São os mundos nos quais o mal ainda predomina sobre o bem. É a classificação que a Terra recebe. Seus habitantes já viveram certo progresso, porém ainda carregam numerosos vícios de imperfeição moral. É, por isso que Deus nos permitiu habitar esse mundo, para expiar nossos erros, por meio de um trabalho penoso e das misérias da vida. No entanto, nem todos os Espíritos que estão na Terra estão em expiação. Há alguns mais inferiores, que estão aqui para aprender no contato com Espíritos mais avançados. São, por exemplo, as raças indígenas da Terra.
A diferença entre provas e expiações é que provas são obstáculos, testes, que impulsionam o Espírito para outro estágio de evolução. Elas existem até nos mundos superiores, já que são desafios para o progresso dos Espíritos.
Já expiações são resultados de faltas que foram cometidas pelo Espírito em vidas anteriores. Elas são impostas pelo uso errado do livre-arbítrio.
Esses são mundos de transição, que chamamos de mundos regeneradores. Esses mundos são destinados ao Espíritos para que, de encarnação em encarnação, se depurem e se regenerem.
Os mundos de regeneração servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. O Espírito que se arrepende, encontra nesse lugar paz e consolo, terminando por se purificar.
Mesmo nesses mundos, o homem está sujeito às leis que regem a matéria. Ainda há as sensações e os desejos, mas não existe mais escravidão das paixões desordenadas encontradas em mundos inferiores.
Ainda há provas a suportar, mas não se revestem das lancinantes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são mais felizes. Porém, nesses mundos o homem ainda é falível, e, o espírito do mal não perdeu totalmente seu controle sobre ele. Por isso, ele deve seguir evoluindo.
São os mundos em que o bem supera o mal. São aqueles em que as almas que ainda tem algo a expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta. Nesses mundos, as condições da vida moral e material são diferentes das que estamos acostumados. A forma do corpo é humana, mais embelezada, aperfeiçoada e purificada. O corpo não tem a materialidade terrena, e não é sujeito às necessidades fisiológicas, às doenças e às deteriorações de viverem na matéria. Os sentidos dos seres que habitam esses mundos são mais sutis. Ao invés de andarem, eles deslizam, por assim dizer, na superfície ou no ar, sem outro esforço além da própria vontade.
Nesses mundos, a infância é abreviada. A vida é proporcionalmente mais longa que a da Terra. A morte não tem os horrores da decomposição da carne e é apenas uma transformação, pois não existem dúvidas sobre o futuro.
A relação entre os povos é amigável. O homem procura sua evolução pessoal, e não ser melhor que os outros. Ele busca chegar nos mundos celestes. Somente a superioridade moral e intelectual estabelece a diferença das condições entre os habitantes e confere a liderança.
As posses dos habitantes desses mundos são correspondentes às possibilidades de inteligência de cada um, mas ninguém sofre pela falta do necessário. Em uma palavra, o mal não existe.
São as moradas dos Espíritos Puros, onde o bem reina em absoluto. São mundos onde todos os habitantes desfrutam apenas do bem e os sentimentos puros reinam. Esses mundos são as habitações de todos os Espíritos que passaram por todos os estágios evolutivos.
A comunicação nesses mundos é a transmissão de pensamento que acontece de forma simples e natural. Mas, como todos os Espíritos começam pelo mesmo ponto evolutivo, nos mundos primitivos, Deus não tem favoritos que vão direto para os mundos celestes. Jesus, nosso governador da Terra, é um exemplo de espírito celeste, mas ele começou como todos nós.
A progressão dos mundos é o processo que todos os mundos passam para atingir outros graus de evolução, tais quais os conhecemos anteriormente.
Os mundos progridem materialmente. Através de níveis imperceptíveis a cada geração oferecer aos seus habitantes um lugar mais agradável, os mundos também avançam no caminho do progresso.
A Terra, segundo tal lei, esteve materialmente e moralmente em um estágio inferior ao de hoje. Futuramente ela atingirá um grau mais avançado. A Terra chegou a um de seus períodos de transformação e, como dito no Evangelho Segundo o Espiritismo, vai passar de um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração.