O céu e o inferno

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O céu e o inferno

No Livro “Céu e Inferno” (1865) de Allan Kardec, o capítulo “Céu” é descrito como a frase de Cristo “A cada um segundo as suas obras. Todo Espírito que se atrasa não pode queixar-se senão de si mesmo, assim como o que se adianta tem o mérito exclusivo do seu esforço, dando por isso maior apresso a felicidade conquistada”.

Após também é dito:

“A suprema felicidade só é compartilhada pelos Espíritos perfeitos, ou, por outra, pelos puros Espíritos, que não a conseguem senão depois de haverem progredido em inteligência e moralidade.”

É através do progresso moral e intelectual que é conquistada a felicidade suprema, de acordo, claro, com seu próprio esforço. Os progressos intelectuais e morais não progridem ao mesmo tempo, portanto é um esforço contínuo para que possa aprender e evoluir conforme a fase que vive.

Ou seja, a conquista do “Céu” é a evolução progressiva do ser como Espírito em sua plenitude.

A encarnação auxilia neste duplo processo de evolução do Espírito. Através da vivência dos sentimentos como amabilidade, paciência, humildade, amizade, raiva, hipocrisia, arrogância e desconfiança, que são auxiliares na evolução do próprio homem que, envolto de felicidades e infelicidades consegue evoluir através delas e buscar dentro de si o seu melhor, conquistando desta forma os méritos com os quais se tornará um Espírito Puro, ou seja, ele é seu próprio Céu.

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Para conquistar a evolução necessária dos Espíritos Perfeitos, o homem precisa passar por diversas encarnações para que aperfeiçoe as virtudes e faculdades, obstruindo, portanto, o mal que lhe sobra por sua natureza imperfeita na ausência de evoluções necessárias para si.

Como afirma Allan Kardec: “Mas Deus, que é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações quantas as necessárias para atingir seu objetivo a perfeição. Para cada nova existência de permeio à matéria, entra o Espírito com o cabedal adquirido nas anteriores, em aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada existência é assim um passo avante no caminho do progresso”.

Portanto, cada existência sendo voluntária para aptidão do seu Espírito e materialidade é essencial para que evolua conforme os desígnios aos quais fora chamado: a perfeição do Espírito. É a vivência de união e amor para qual fora designado desde os princípios da Criação.

Ou seja, o Céu na visão do Espiritismo são as moradas dos Espíritos Perfeitos, os quais conquistaram a evolução intelectual e moral diante das adversidades de suas reencarnações.

Quando você passar por adversidades reflita o quanto conseguirá evoluir com ela, pois as belezas e crueldades da vida precisam ser levadas diante do ser para que aperfeiçoe a si mesmo moral e intelectualmente.

O Céu é o local onde os Espíritos Perfeitos vivem suas tranquilidades e virtudes, que alcançaram a felicidade extrema por meio de todas as expiações e provas sofridas. O local é repleto dos Espíritos Perfeitos que estão em união uns com os outros.

No mesmo livro também se segue: “A suprema felicidade consiste no gozo de todos os esplendores da Criação, que nenhuma linguagem humana jamais poderia descrever, que a imaginação mais fecunda não poderia conceber. Consiste também na penetração de todas as coisas, na ausência de sofrimentos físicos e morais, numa satisfação intima, numa serenidade d’alma imperturbável, no amor que envolve todos os seres, por causa da ausência de atrito pelo contato dos maus, e, acima de tudo, na contemplação de Deus e na compreensão dos seus mistérios revelados aos mais dignos. A felicidade também existe nas tarefas cujo encargo nos faz felizes.”.

O Céu é o ápice de sua evolução. Onde não há sofrimentos materiais.  Por estar repleto das faculdades morais e amor infinito de Deus compartilhando Sua beleza e graciosidade.

Diferente do Céu, o Inferno são para àqueles que se negam a evoluir, permanecendo nos seguintes erros:

  • Imoralidades;
  • Ódio;
  • Vingança;
  • Mentiras.

São os Espíritos que permanecem praticando seus crimes, rejeitando o progresso intelectual e moral que é esperado por todas as criaturas. Ao contrário do que se pensa habitualmente que o Inferno é uma eternidade, o homem mau é o seu próprio Inferno. Ou seja, ele é transitório a depender do próprio Espírito e suas práticas para evoluir. No Espiritismo, de acordo com Allan Kardec no “Livro dos Espíritos”, é feita a seguinte questão:

A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?

A resposta para tal questão foi: “Sem dúvida, se for eternamente mau, quer dizer, se não deva jamais se arrepender nem se melhorar, ele sofrerá eternamente. Mas Deus não criou seres para que sejam perpetuamente devotados ao mal. Ele não os criou senão simples e ignorantes, e todos devem progredir num tempo mais ou menos longo, segundo sua vontade. A vontade pode ser mais ou menos tardia, como há crianças mais ou menos precoces, contudo, ela vem, cedo ou tarde, pela irresistível necessidade que o Espírito experimenta de sair de sua inferioridade e ser feliz. A lei que rege a duração das penas é, pois, eminentemente sábia e benevolente, visto que subordina essa duração aos esforços do Espírito; ela não lhe tira jamais seu livre-arbítrio: se dela faz mau uso, suporta-lhe as consequências.”.

O Inferno que é interior, está ligado intimamente às práticas das más atitudes que, por conta do livre-arbítrio, os humanos cometem de acordo com seus instintos primitivos. Cedendo sempre ao homem velho e animal que permanece na ignorância de sua existência perversa. O Espírito que pratica crimes e não se arrepende e não aceita passar plenamente por suas expiações, está condenado por suas próprias consequências e faltas. Sua liberdade depende, unicamente, de si mesmo, quanto a evolução do seu Espírito.

As práticas imorais obstruem a bondade ao foi designado a viver. O sofrimento transitório serve para que o Espírito entenda as consequências de seus atos, e, compreendendo seus erros busque a evolução de si. Assim, ele pode gozar dos méritos conquistados.

Em outras palavras, o Inferno é infinito de acordo com suas próprias atitudes. Tudo que você fizer terá uma consequência a ser reparada, portanto existe as expiações de cada vida até que você alcance o progresso intelectual e moral.

De acordo com a Doutrina Espírita não há eternidades fora de nossas escolhas pessoais. Somos detentores do livre-arbítrio, portanto é nossa escolha o Céu e o Inferno. O Espírito Emmanuel ressalta:

“A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte. Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso a que não tenha feito jus, porque ‘o Reino do Senhor não vem com aparências externas.”

Ou seja, tudo que um Espírito colhe, ele mesmo plantou. Ser ciente que suas escolhas geram consequências irá definir seu progresso. A depender, unicamente, do que deseja fazer: evoluir através das benevolências ou continuar nas ignorâncias do ser, obstruindo, desta forma, sua própria felicidade.

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